quinta-feira, 7 de outubro de 2010

CAP15

A notícia chega até Felon. Os seus homens informam-no do sucedido com Austero, esta vai cair como uma bomba na vida de Melinda.







O tão esperado almoço concretiza-se. Á mesa sentadas estão três pessoas, Melinda, Cândia e Felon, Dee não se senta á mesa, não faz parte dos protocolos internos, a sua missão é certificar-se de que está sempre tudo ao mais alto nível. A mesa está perfeita, a comida divinal. Melinda não toca em quase nada.
- Não come? Não gosta da comida?
Pergunta Felon a Melinda.
- Está tudo óptimo, simplesmente não tenho apetite.
Responde-lhe sem mostrar qualquer emoção.
- Bom. Quero então, já que estamos aqui reunidos para tal, anunciar o meu casamento com a Melinda que se vai realizar daqui a poucas semanas.
Melinda levanta a cabeça e olha para as duas que se encontram com um ar de poucos amigos e estas resignam-se.
Melinda precisa manter a pose, agora não há volta e qualquer deslize na sua atitude fará com que seja “devorada viva”.
- Melinda.
Volta Felon a interromper os pensamentos às três.
- Sim?
- Recebi esta manhã a notícia que teu pai foi encontrado morto em casa.
A expressão de Linda modifica-se e a personagem cai. A maneira vil como Felon lhe dera a notícia deixa as duas mulheres com um sorriso cínico ao canto da boca. Linda levanta-se da cadeira e sai a correr para o quarto.
- Coitada pai.
Diz Cândia no gozo.
Felon levanta-se também e pede que lhe sirvam um cognac na outra sala.
Linda corre escadas acima com a lágrimas a caírem cara abaixo. Mal sabia da situação, nem se esta era real ou fruto da mente perversa de Felon, mas alguma coisa lhe dizia que era verdade e que algo sucedera ao pai. Fecha-se no quarto e chora. No chão agarrada aos joelhos lamenta tê-lo abandonado, lamenta que ele a tivesse abandonado, lamenta que ele a tivesse oferecido em troca das terras, lamenta a mãe ter morrido, lamenta-se por estar só no mundo.







Em casa dos Wolf, Gray repousa na cama. Á distância encarrega-se com a ajuda da mãe a tratar que Austero tenha um funeral digno. Nunca chegara a conhecê-lo, mas o amor que nutre pela sua filha e o mistério em volta da sua morte e desaparecimento de Linda obrigam-no moralmente a fazê-lo e Rosa não abandona o filho nesta decisão.
- Mãe.
- Sim?
- Quando encontrei o corpo, dentro do bolso do casaco estava uma carta dirigida á Linda.
- E?
- E eu com medo do destino da mesma trouxe-a comigo para me certificar que lhe será entregue.
- Tem-la contigo? E agora como vais fazer para lha entregar?
- Não sei mãe. Alguma ideia me há-de surgir.