Já quase sem fôlego, Gray corre para a casa grande. Corre com toda a sua força, até as veias do seu pescoço ficarem inchadas e a sua face ficar musculada da tensão. Tropeça quase caindo, cai, levanta-se e corre…corre. Precisa ajudá-la. O que quer que tenha acontecido, para Linda ir com ele, não é certamente algo de bom. Tem de a salvar.
A ama de Cândia procura-a no seu quarto e envenena-lhe a mente contra a nova hóspede.
- Menina! É a rapariga das maçãs! A nova namorada do seu pai!
- O quê?
Emite um guincho estridente, fica vermelha, agarra a ama pelos ombros firmemente e dá-lhe uma sacudidela.
- O que me dizes?
- É verdade menina. Aquela do dia da festa, com quem o menino Gray estava de conversa. É a rapariga com quem o seu pai se vai casar.
Cândia fica estática de mãos na cintura, com cara de quem manipula a vida de todos e de que não é agora que isso vai mudar. Já tem um plano!
A hora vai tardia. Melinda recosta-se vestida sobre a cama. Está cansada. Cansada de chorar, cansada de toda esta turbulenta mudança na sua vida. Agora já não chora, está exausta. Somente adormece, sem pensamentos, enrolada a si própria, protegendo contra o peito a carteira da sua mãe.
Gray, escondido entre o portão e a ombreira do mesmo, aguarda movimento, está tudo calmo. Abre-o, entra calmamente, sem deixar de olhar em seu redor. Aquela casa era como a sua segunda casa, desde pequeno que a frequentava. Nela viveu histórias de infância. Conhecia todos os seus ritmos, seus cantos e recantos.
Pretende entrar e procurá-la como um ladrão. Procura a porta traseira Está fechada. Procura sorrateiramente uma janela aberta. Fechadas! Sente-se impotente. Não vai bater á porta, é tarde. Ouve ruído no pátio e esconde-se.
Os homens de Felon fazer a vigia á casa. Tem de sair dali.
Sem comentários:
Enviar um comentário